Esfinge, de Coelho Neto, foi o Frankenstein Brasileiro. Uma obra única na literatura brasileira que, publicada em 1908, abordou de forma pioneira temas como alquimia, terror, ficção científica e transexualidade, tudo no Rio de Janeiro do começo do século XX. A história conta o cotidiano da pensão de Miss Barkley, que é habitada por pessoas das mais diferentes ocupações. A rotina da casa de pensão é alterada com a chegada de James Marian, um hóspede inglês excêntrico e recluso. Sua presença causa espanto e admiração em todos devido à sua aura de mistério e a uma peculiaridade física: ostenta um rosto de beleza feminina, mas tem um esbelto e forte corpo masculino.
O narrador da história, em determinado momento, conquista a confiança do inglês, que confia-lhe então um manuscrito de sua autoria contendo o relato de sua vida, narrando desde a infância até o presente momento. Mergulhado em uma narrativa fantástica, cheia de misticismo, encanto, terror e tragédia, o protagonista desvendará o segredo por trás da aparência ambígua de James Marian, e partilhará do desespero de um
Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu em Caxias - MA, em 21 de fevereiro de 1864 e morreu em 28 de novembro de 1934, no Rio de Janeiro. Foi escritor, cronista, contista, folclorista, romancista, crítico, político e professor, membro da Academia Brasileira de Letras, onde foi o fundador da Cadeira número 2. Dono de um rico e esplêndido vocabulário, sua inclusão entre os escritores pré-modernistas se deve à capacidade imaginadora, à mente intuitiva, que ora se aproxima dos naturalistas, ora documenta fatos da República através de uma criação ficcionista vigorosa.